Vento Sul

Vento Sul

     O vento vem do sul e traz um som; eu reconheço esse som! De quê é mesmo? Seria um estalo de dedos? Não, não... É um estalido, muito familiar por sinal! De onde vem essa brisa, porque ela traz essas lembranças? Há um som, um estalido e um cheiro de nostalgia.

     Seria o desabrochar de uma rosa?


     Isto tem o click da vida e o aroma do nascer... Mas não é isto, não são flores, nem rosas. De onde vem esse vento sul? De onde ele partiu, de onde ele trouxe essa lembrança?
 

     Eu me lembro de um estalido e um perfume, sim, sim, sim, perfume de mulher, mulher adulta que sabe conquistar... e conquistou a minha alma e a exibiu para todos como um troféu, depois de dias de batalha, reconheço esse estalar, esse som dói em meus ouvidos, arranha a minha pele, esmiuçando a minha consciência, lembro bem, vento sul.

     Por favor, passe por mim e leve o que trouxeste consigo, pois não estou contente, sinto-me em meio a um mar de doces lembranças, doces em minha boca, mas amargas como fel em minhas entranhas, e doem como fogo em meus olhos. O click de um beijo, o estalido dos lábios que choram, e pedem para ficar e nunca mais partir, eu me lembro bem das coisas que ela me disse, vejo escrito em suas asas, vento sul, que só queria o meu pranto, por puro capricho.

     Eu sei que devo lembrar-me sempre daquele momento em que pensei que estava recuperando o meu próprio coração, mas estava deixando alguém que aprendeu amar, a mim. Sinto muito, vento sul, brisa da dor e ardor, deixe-me, não quero isto para mim. O amor é um troféu, só os imperadores convivem neste limite pacificamente com seres que idolatradamente amam e amam. Mal o sabem quem, realmente é o troféu na ponta da espada chamada coração.


     Esse estalido, vento sul, é o atômico som do beijo daquela mulher que levou-me ao vértice dos prazeres carnais, sobre-humanos, desde o Tartamantria até o Matancã, Eros e Tânatos, Hades e Perséfone.

     Mulher de beijos e abraços como corpo e alma, vento sul, nunca esqueça, existirá outra igual.



Por: Paulo Siuves

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