Império do Som

Não deixem parar o ruído,
Provoquem uma sequência de estrondos,
Não parem a zoada, não parem o estrépito,
Provoquem estampidos, comecem um rumor,
Ouçam! Que lindo fragor, participem dessa algazarra,
Desse maldito escarcéu, dessa santa gritaria  
Venha para o meio do alvoroço,
Venha para a nossa balbúrdia,
Tomem lugar nessa barulheira social,
Façamos todos um infinito estardalhaço,
Alcemos toda e descontrolada vozearia,
É preciso manter a agitação nas ruas,
Levantemos alaridos, zaragatas,
Celebremos a revolta, louvemos o motim,
Ergamos a rebelião, como sendo a revolução...
Gritem por insurreição,
Bramem por amotinação,
Amotinamento organizado ou não.
Promovam um levante,
Estrondeiem a sublevação,
Incitem à sedição,
Carros sonoros, alto-falantes,
Potências em ostentação,
Volume para exibição,
Espalhafatos de artifícios, tiros e bombas,  
Alardes desconexos,
Pavonada e confusão,
Não parem a bagunça,
Não parem a desordem,
É linda a desarrumação,
Uns, façam tumulto, outros, façam tropel...
Não parem a zoada, não parem o estrépito,
Não parem esse maldito escarcéu.
Por mil anos estaremos sob o império do soooommmm...

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