Sô Zerô
Sô Zerô Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fato real é mera coincidência. O som do surdo reverberava sua tristeza pelas ruas do pelourinho. Os bêbados da cidade choravam a morte de seu Zerô. Baiano nato, baionense convicto, funcionário público por profissão desde os dezenove anos de idade, muito antes de se casar com Vera e se tornar alcoólatra por diversão. A cirrose devorou sua juventude e o tolheu aos trinta e oito anos. Ninguém acreditava nisso, que ele tinha apenas trinta e oito anos, sua aparência era de quem tinha pelo menos dez anos mais, e ele tirava proveito disso como sendo de mais responsabilidade. Mas isso não era importante naquele momento, nem o fato de ter deixado três filhos para Vera cuidar e educar, mais dois filhos pelas vielas da Bahia. Seus filhos com Vera são bonitos, digo, seu filho e suas filhas, baianas fogosas e talentosas na música e na culinária, herdaram da avó materna, porque a mãe não sabia fritar um acarajé n...