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Mostrando postagens de janeiro 2, 2012

Sô Zerô

Sô Zerô Essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fato real  é mera coincidência. O som do surdo reverberava sua tristeza pelas ruas do pelourinho. Os bêbados da cidade choravam a morte de seu Zerô. Baiano nato, baionense convicto, funcionário público por profissão desde os dezenove anos de idade, muito antes de se casar com Vera e se tornar alcoólatra por diversão. A cirrose devorou sua juventude e  o tolheu aos trinta e oito anos. Ninguém acreditava nisso, que ele tinha apenas trinta e oito anos, sua aparência era de quem tinha pelo menos dez anos mais, e ele tirava proveito disso como sendo de mais responsabilidade. Mas isso não era importante naquele momento, nem o fato de ter deixado três filhos para Vera cuidar e educar, mais dois filhos pelas vielas da Bahia. Seus filhos com Vera são bonitos, digo, seu filho e suas filhas, baianas fogosas e talentosas na música e na culinária, herdaram da avó materna, porque a mãe não sabia fritar um acarajé no dendê sequer

Corvo Negro

Corvo Negro Um dia o corvo agourento das noites Fez, sobre mim, um  voo  rasante; Ao mal dos poetas quase dei a mão Mas a sorte deu-me um vazante Corvo negro de asas horríveis Essa noite não, passe de mim essa tua sorte; Todos sabem muito bem que Deus é bom E não selou ainda a hora da minha morte Quando chegar a hora, corvo negro agourento, Venha jovial e cortês, como a dama da noite, Perfumada e ornada, preparada pr’o prazer. Mas não venha como um mito, numa noite sem alento A erguer sobre meu pescoço a tua foice Se assim for, açor cruento, vou te reconhecer... Por: Paulo Siuves  

Chance

Chance Só agora começo a perceber o quanto fui tolo em deixá-la partir sem nada dizer, como se fosse o melhor para nós dois, amor, desde esse dia sinto o vazio que sua ausência deixou em meu coração, sem você em minha vida sou uma mera metade... Só agora começo a entender o quanto perdi tentando encontrar consolo em outro colo, ouvindo sua voz dizendo que me ama em outra boca que não tem o teu belo sorriso, imaginando que aquele beijo pudesse ter o sabor dos teus beijos que sacia a minha sede. Só agora, sozinho, fico quieto buscando no fundo do meu coração, um conforto e só agora consigo encontrar a sua imagem e me apego à certeza de que te amo e que preciso, com urgência, te reencontrar para sermos novamente felizes. Só agora consigo por de lado o meu orgulho e pedir que volte, com todo o meu ser, por favor, volte!! E se me deres uma nova chance de ter você de volta pra mim, então terei conseguido ter tudo o que um homem  deseja ter, tud

Certezas

Certezas      Essa humana indecisão, furtiva desesperada... imprecisa como o planger de uma guitarra desafinada!      Terráqueos são indecisos; se entrarmos numa sala com inúmeras poltronas desocupadas, paramos, olhamos, pensamos, nos movemos para um lado e (...) nos assentamos lá, bem onde não queríamos!      Se entrarmos num banheiro com vários depositários de louças idênticos, olhamos uns três antes de nos decidirmos por um deles.      E com o namoro? São vários e nunca nos casamos com aquela pessoa que achamos que é a pessoa do nosso sonho...          Até mesmo com ceticismo imperante, temos dúvidas quanto à religião a seguir, em que banco investir, a qual canal assistir!?     E nos dizemos senhores dos nossos caminhos, como se soubéssemos de onde viemos e para onde vamos.       Quanta certeza temos, heim?! Por : Paulo Siuves