CARNAVAL DO ZÉ NINGUÉM
Por Paulo Siuves O carnaval, para mim, parece mágico. Lá estão homens e mulheres pernósticos, Divertem-se ao som das marchas célebres; Das composições com caráter lúgubre, Às músicas cantadas por vozes lânguidas. Nas ruas onde janelas assistem bêbedas, Homens são mulheres, e mulheres? Tão párvulas... O carnaval, assim, parece trágico. E homens e mulheres divertem-se lépidos... Lá vai o Zé Ninguém cheio de ânimo, Depois de um dia passado insípido, Maquiado e vestido de maneira insólita, Perseguindo curvas nas curvas íngremes Dos bairros animados pelas recentes bátegas E os rios descem vândalos, Mas a festa desce incólume. Não vamos apenas chorar as catástrofes. Vamos rir o nosso estado efêmero, Balançando bandeirolas, Brasil brasileiro! Préstitos corações em festas de rua. Íntimos são os artesãos da alegria. Acróbatas, Colombinas, pierrots e arlequins. Artífices poetas...