Corpo Surrado
A chuva cai lá fora, suave, o cheiro de terra molhada invade meu quarto como perfume francês. Ela deitada em minha cama com metade do corpo coberto pelo lençol amassado pelas travessuras do nosso amor. Minha respiração ainda não se recompôs, mas, ela já dorne cansada de tanto que meu corpo a maltratou pesando gostosamente sobre ela, se encaixando, arrumando espaço onde parecia não haver... A madrugada vai alta e eu ainda luto contra o sono para olhar mais um pouco para aquelas curvas nuas, apaixonado estou, quero velar pelo sono dela para que nada a perturbe. Pensando bem, amanhã eu não vou trabalhar. Vou perturbá-la e vamos fazer mais barulho que a chuva... Relâmpagos lá fora, trovões aqui em nosso quarto. Molhados de suor, de alma lavada e corpo surrado...