Acróstico
Acróstico
Ainda que
eu falasse a língua dos anjos e dos homens;
Bebesse
do vinho dos deuses ou do fel dos demônios;
Comesse
entre os príncipes e com os mendigos;
Desse
minha alma em nome da caridade;
Entregasse
meus bens para serem repartidos;
Fizesse e
cumprisse sete votos, setenta promessas;
Garantisse
o direito à vida a cada feto, a todo ser que respira;
Humanizasse
a mais violenta besta-fera irracional;
Instigasse
os ladrões e assassinos ao arrependimento;
Juntasse
as religiões numa só fé;
Levantasse
uma só bandeira para todas as nações;
Movesse
todos os corações para o lado da luz e do bem;
Negasse
aos meus olhos o direito de não ver o que não presta;
Ouvisse o
clamor de quem chora na escuridão das ruínas;
Ponderasse
melhor todos os meus gestos e atos;
Queimasse
todas as provas que condenam os inocentes;
Rumasse
todo navio negreiro de volta para as suas famílias;
Sustentasse
com intrepidez toda verdade, ainda que fosse contra mim;
Transformasse
pedras em pães e tirasse água das rochas;
Unisse as
tribos povos e raças;
Visitasse
os órfãos, as viúvas e os encarcerados;
Xeretasse
os infinitos e explicasse os “porque’s”;
Zombeteiro
eu seria se não tivesse em mim a razão do amor!
Por: Paulo Siuves
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