Meu Amigo Monetário
Meu Amigo Monetário
Por onde você anda, querido amigo meu?
Aonde você foi e porque não quer voltar?
Aos poucos você foi ficando um pouco em cada lugar...
Fizemos tantas coisas juntos, você e eu!
Confesso que não percebi que nossos laços
Diminuíam como um amor que se despedaça
Diante do egoísmo um tanto sem graça
De quem segue forte os seus próprios passos
Não existe maneiras, meu nobre amigo, de viver
Sem a sua constante presença. Esse negócio de encontro
Marcado uma só vez ao mês, parece um confronto
Impossível de lutar com a certeza de que vai perder
Quando eu era pequeno eu pensava que nossa amizade
Seria a coisa mais importante do mundo. Hoje eu tenho
Certeza que nascemos com a missão de alto empenho.
Somos indivisíveis, amigo, algo além da necessidade.
Trabalho o mês inteiro por alguns caraminguás,
Às vezes me pego uns dez dias depois do pay day
Com uma mão dada ao vil metal, coloco-o num display
Onde eu possa alcançá-lo, mas ele é ligeiro como os maracajás
Preciso de você por mais vezes amigo. Ou não posso
Tratá-lo como amigo, senhor Dinheiro? Um numerário
Tão pequeno é a minha parte que preciso duvidar do meu erário
Ou não vou dar conta dos meus compromissos. É o fim do poço.
Meu amigo dinheiro, volte no mês que vem, mas não se apresse
Em ir embora. Tenha minha casa de portas abertas para sua estadia
E fique à vontade pra se divertir aqui comigo, sair em minha companhia...
Podemos ser mais amigos? Acho que sim, se acaso você quisesse!
Meu querido amigo monetário, sugiro que venha pra ficar.
Podemos minha casa reformar e dar a ela um ar todo seu
Para poder receber qualquer um da tua família ou amigo teu
Cheque, cartão, notas e moedas, venham todos aqui morar...
Se a casa for pequena para uma festa a gente dar, com certeza
Vamos dar um jeito de aumentar, com você não tem problema
Eu consigo suportar uma reforma, tudo está a um telefonema
Ou num clique na internet. Vamos por um fim nessa pobreza...
Por Paulo Siuves
Por Paulo Siuves
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