Brotos Poéticos - PARQUE ECOLÓGICO DA PAMPULHA

Data: de 12.12.2017 até 31.12.2017 

Local: Parque Ecológico da Pampulha - Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica
O Projeto Brotos Poéticos teve como objetivo a realização de exposições no Parque Ecológico da Pampulha da FPMZB com a colaboração de poetas de diversas regiões da cidade. Além disso, pode apoiar, promover e incentivar a leitura de modo geral e as produções de artistas belorizontinos. A exposição teve a curadoria de Márcia Araújo, parceira do escritor Paulo Siuves na criação do sarau "Feira de Poesia", e as poesias homenagearam a cidade de Belo Horizonte pelos seus 120 anos.
Paulo Siuves Participou com as poesias a seguir:

UM DIA

Haverá algum lugar que não haja hipocrisia;
Haverá algum sentido na mentira dessa boca;
Haverá algum descanso que não seja induzido;
Haverá algum amor sem a sombra do interesse;

Haverá algum amigo especial como um presente...
Haverá gosto de vida na magia dos teus sonhos
Haverá outra voz que clama no deserto?
Haverá sonhos além desta vida?

Haverá lembrança que não te faça chorar?
Haverá um lar para o maluco de pedra;
Haverá momento num presente sincero;
Haverá silêncio no centro de BH?

Haverá velhos e crianças pela praça;
Haverá praças pra bandinha militar;
Haverá cores e flores na redescoberta do amor;
Haverá vértice além deste sublime prazer?

Haverá paz além do intervalo entre duas guerras
Haverá romance numa noite de luar
Haverá pipa bailando pelo céu
Haverá Poesia na página do jornal

Haverá um ontem pra lembrar?
Haverá possibilidade pra dizer - "HAVERÁ"!
Haverá amanhã quando o hoje se apagar?
Poderemos acreditar que um dia haverá...

TUDO O QUE A VIDA TEM DE BOM.

A neve em alto inverno, o cheiro da chuva quando cai, o vento que sopra o perfume dos cabelos da bela que amo, o cheiro das flores do campo, o som do canto infantil, crianças que somos em pleno verão.

A bola sagrada da vez, o jogo no fim-de-semana, os craques que regem o país, salário no final do mês, a brisa do mar nas pedras do litoral. A sorte de um beijo enamorado, o aquário da sala, a gaiola vazia, a cadeira de balanço, o relógio de corda, as moedas antigas da minha avó. O retorno à Belo Horizonte.

A paquera, o flerte, a conquista, o beijo, a descoberta, o amor, a eterna saudade. O que a vida tem de bom fica no coração, ao alcance da memória, não se compra com bom ouro, não se pesa com peso de prata, faz o sangue fervilhar, a lembrança faz a alma enlevar-se.

O som do mar, o som do canto, o som da chuva, o som das crianças, o som do
sonho... O melhor de tudo é gozar de tudo o que a vida tem de bom!


ANSIEDADE

Eis-me aqui a esperar-te,
Sedento, como um caniço longe do vertedouro.
Sedento, louco por afagos suaves,
Nem as brisas suaves
Dos montes de Curral Del-Rey
Fazem-me tão bem.
Sei que não demoras.
Espero, e espero, apaixonado
Enquanto sonho volúpias.


TALVEZ

Talvez a vida comece no instante em que uma borboleta alce voo e, com suas asas coloridas, espalhe novos sentimentos e emoções. 

Talvez a vida comece no naquele breve instante em que o beija-flor paire no ar com seu bico carregado do abençoado néctar e inefável destino.

Talvez a vida comece naquele instante em que o sol nasce no horizonte e anuncia pela janela do quarto que uma nova oportunidade se apresenta, prepare-se!

Talvez a vida comece noutro levantar da lua, na lua cheia, azul prateada, no levantar da lua nova, sobre as montanhas do meu Curral Del Rey, no surgir da lua minguante e vermelha sangrenta sobre as águas do mar, no raiar de outra lua crescente.

Talvez a vida comece quando as estações do ano se acabam a cada trimestre, dando lugar para novas sensações, cores, percepções sensoriais, novas épocas e velhas reações...

Talvez a vida comece quando as ondas chegam para quebrar um estrondo nas pedras , ou calma e serenas nas areias do mar. As ondas vêm e as águas invadem a praia e retornam para o mar.

Talvez a vida comece quando a chuva pára, deixando as cores mais vivas, levantando o cheiro de terra molhada, dizendo às sementes que é hora do start.

Talvez a vida comece na ponta do lápis do poeta, no lampejo de uma ideia, no brainstorming do escritor, seja lá o que ele estiver escrevendo.

Talvez a vida comece com a produção textual. Sempre será eternizado naquela composição, e suas palavras serão o seu legado cultural. Onde a vida começa? Talvez seja exatamente onde ela se renova, agora e na hora da nossa morte, Amém!


A HORA “D”

Se pessoas fossem coisas, você seria a melhor coisa do mundo.
Uma coisa tipo patrimônio, uma tela para ser observada...
Uma dessas maravilhas do mundo, inigualável, impar, singular.

Se pessoas fossem tempos, queria que o meu relógio parasse na hora “D”,
Quando estou com você para ter todo tempo do mundo pra te dizer que te amo!
Quando estiver longe de você, ele adiantaria compulsivamente pra eu te ver de novo.

Se pessoas fossem lugares, você seria meu lugar preferido.
Seria a brisa nas montanhas, o por do sol em Belo Horizonte,
Seria você a me abrigar, seu beijo o meu lugar,  seu abraço o meu lar.

Mas pessoas são pessoas, e você não é uma mera pessoa. Há coisas em você que me
Deixam assim, meio bobo, sem encontrar o tempo certo para falar certas coisas que não
Gastam tanto tempo para serem ditas; por exemplo: - EU TE AMO!!

Por Paulo Siuves




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