ANTROPOARCADO
Apalavra ANTHROPOS, em Grego, quer dizer “ser
humano”, e ARKHÉ é uma palavra grega
que é a forma combinante de ARKHON,
"o que manda, chefe", e de ARKHEIN,
"comandar, iniciar", de origem desconhecida. ARKHÉ significa “poder, chefia, comando”. Observando a etimologia
das palavras, pode-se chegar a um neologismo que caracteriza uma nova ordem
social onde as diferenças de gênero entre os seres humanos não teriam importância
civil ou culturalmente. Ao unir as raízes gregas ANTHROPOS + ARKHÉ
chegaremos à uma forma de governo que chamar-se-á em português “ANTROPOARCADO”.
Nesse modo de governo, as guerras dos sexos terminariam, Não precisa ser um modo
superior ao outro porque a sociedade irá sempre de um excesso ao outro, só alterando
o lado que o poder governa, e poderia reunir numa só forma de governo os
benefícios dos períodos matriarcais e patriarcais, propondo “neologicamente” um
antropoarcado na antropofagia de Oswald de Andrade (1890-1954) valorizando a
mulher conforme o Padre Antônio Vieira(1608-1697) em seu “Sermão de Nossa
Senhora do Ó”. Nem entre as pessoas humanas de sexo opostos, ou de cor da pele e
origens geográficas diferentes, nem de composição corpóreas, mas o “poder sob
posse do ser humano” (anthropos) que
representa a premissa imprescindível de uma filosofia sem interesses egoístas,
sem glórias, sem supremacia, sem elitismo (seja ele cultural ou social). Para
resumir a ideologia de um pretenso antropoarcado, vale citar o pensamento dos
filósofos da pós-modernidade Deleuze e Guattari:
“Pedimos
somente um pouco de ordem para nos proteger do caos. Nada é mais doloroso, mais
angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo, ideias que fogem que
desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em
outras, que também não dominamos. Perdemos sem cessar nossas ideias. É por isso
que queremos tanto agarrar-nos a opiniões prontas.” (Deleuze e Guattari - 1992)
Por Paulo Siuves
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