Paixão e Frenesi

Por Paulo e Delaine Siuves

Estar apaixonado
É fazer a mesa
Do café da manhã
Na cama desfeita,

Jogar edredom para o chão
E os travesseiros para o lado,
As almas nuas como os corpos;
E rir de quaisquer bobeiras...

Fazer biquinhos...
Lamber a ponta dos dedos
Dela cheios de margarina
E oferecer meio biscoito.

É aceitar o restinho
Do café nos lábios
Que se enfeitam com
Um sorriso de soltar borboletas.

E demorar beijando, se entregar
na busca pela pele eriçada que se roçam,
Se tocam e se afogueiam,
Sem perder o olho no olho.

Desejos urgentes quentes,
Feito labaredas que explodem
Silenciosas e ardentes,
Colocando os corpos a bailar.

Nesse frenesi da paixão,
O momento do café
Se estende até à tarde,
Com promessas da noite chegar.

E o dia vai levando embora,
A hora que não espera
O mundo que acontece
O tempo todo lá fora...

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