ESCREVIVÊNCIAS : Feminino,Vidas e Vícios
Mantenho uma página no Facebook e escrevo com rara frequência para ela, uma página dedicada à paternidade. Comecei meu texto mais recente assim; “Os vícios são uma praga na vida da gente. Fumei por muito tempo e, esse ano, completarei dez anos livre de nicotina...” e realmente não fumei até hoje (espero nunca mais ceder àquilo). Alguém sabe me dizer qual ambiente cheira à nicotina mais que delegacia de polícia civil? Entro numa delegacia e o cheiro característico daquele ambiente é o da nicotina, do cigarro, não de fumaça de cigarro, mas de resíduos da nicotina. Parece que fica impregnado nas paredes, nas cortinas, em todo canto. Houve apenas uma vez em que entrei numa delegacia e não senti esse cheiro. Ela era conduzida por uma mulher, uma delegada. Francamente, hoje não me lembro da aparência da delegada, mas me lembro da aparência da delegacia que ela conduzia, uma repartição de polícia totalmente diferenciada. Era início dos anos dois mil, ainda não era fácil encontrar mulheres em cargos de comando e serem plenamente aceitas. Estamos caminhando para isso como sociedade (assim Deus o queira). A delegacia tinha vasos de plantas bem tratadas, tinha paredes pintadas em outras cores diferentes do gelo e do creme tão comuns. Me lembro que a sala da delegada tinha carpete, coisa que não se vê, pois limpar carpetes de repartições públicas, é um trabalho hercúleo, uma função assombrosa, de tanta terra, sem contar as cinzas das pontas de cigarro que caem ao chão, se cair sobre o carpete... sei não.
As mulheres são vencedoras por nascerem mulher num país como o Brasil. Fato! A taxa de feminicídio cresce vertiginosamente. O Brasil registrou uma redução de 10,43% no número de mortes violentas intencionais, no período entre 2017 e 2018. Já os casos de feminicídio tiveram alta de 4% no mesmo período. De acordo com um levantamento da Polícia Civil de Minas Gerais, 17 mulheres foram agredidas por hora no estado, de janeiro a junho deste ano. Pesquisas mostram uma expressiva queda nas últimas décadas no número de fumantes. Menos entre policiais, nós não fazemos parte de nenhuma pesquisa especial, como médicos e motoristas profissionais. Considerando o período de 1989 a 2010, a queda do percentual de fumantes no Brasil foi de 46%, como consequência das Políticas de Controle do Tabagismo implementadas, estimando-se que um total de cerca de 420.000 mortes foram evitadas neste período. O que estamos esperando para iniciar várias campanhas verdadeiramente agressivas contra o feminicídio? Vamos colocar propagandas de todas as formas em todos os meios e em todos os lugares para reduzir a zero o número de mulheres mortas por companheiros, familiares, entre outros tipos de covardias. Se o Brasil está se livrando do tabagismo, pode se livrar do feminicídio também.
Capitu não está mais condenada a queimar no mármore do inferno, desde que Helen Caldwell revolucionou a crítica machadiana, sua forma de revelar traços de incongruências na narrativa de Dom Casmurro, ou Bentinho para os mais íntimos, fazendo com que Capitulina seja remida, da acusação sem defesa, de traição e por isso condenada ao exílio e posterior morte. Enquanto Bento Santiago vive sua vida free, light and loose no Brasil onde as mulheres não tinham voz. Hoje elas Têm voz, não pela boca dos homens, mas por suas próprias bocas, gargantas e pulmões em plenitude, mas ainda morrem, por serem mulheres. É isso, elas querem entrar numa delegacia e encontrar um policial capaz de entender sua aflição por causa de horrores, agressões, violência sofrida nos seus lares, perpetradas por quem deveria protegê-las, amá-las, acima de tudo respeitá-las. Se é tão horrível entrar num elevador onde algum fumante esteve, é pior dividir espaço com alguém que bate, violenta, estupra, mata mulheres.
As mulheres são vencedoras por nascerem mulher num país como o Brasil. Fato! A taxa de feminicídio cresce vertiginosamente. O Brasil registrou uma redução de 10,43% no número de mortes violentas intencionais, no período entre 2017 e 2018. Já os casos de feminicídio tiveram alta de 4% no mesmo período. De acordo com um levantamento da Polícia Civil de Minas Gerais, 17 mulheres foram agredidas por hora no estado, de janeiro a junho deste ano. Pesquisas mostram uma expressiva queda nas últimas décadas no número de fumantes. Menos entre policiais, nós não fazemos parte de nenhuma pesquisa especial, como médicos e motoristas profissionais. Considerando o período de 1989 a 2010, a queda do percentual de fumantes no Brasil foi de 46%, como consequência das Políticas de Controle do Tabagismo implementadas, estimando-se que um total de cerca de 420.000 mortes foram evitadas neste período. O que estamos esperando para iniciar várias campanhas verdadeiramente agressivas contra o feminicídio? Vamos colocar propagandas de todas as formas em todos os meios e em todos os lugares para reduzir a zero o número de mulheres mortas por companheiros, familiares, entre outros tipos de covardias. Se o Brasil está se livrando do tabagismo, pode se livrar do feminicídio também.
Capitu não está mais condenada a queimar no mármore do inferno, desde que Helen Caldwell revolucionou a crítica machadiana, sua forma de revelar traços de incongruências na narrativa de Dom Casmurro, ou Bentinho para os mais íntimos, fazendo com que Capitulina seja remida, da acusação sem defesa, de traição e por isso condenada ao exílio e posterior morte. Enquanto Bento Santiago vive sua vida free, light and loose no Brasil onde as mulheres não tinham voz. Hoje elas Têm voz, não pela boca dos homens, mas por suas próprias bocas, gargantas e pulmões em plenitude, mas ainda morrem, por serem mulheres. É isso, elas querem entrar numa delegacia e encontrar um policial capaz de entender sua aflição por causa de horrores, agressões, violência sofrida nos seus lares, perpetradas por quem deveria protegê-las, amá-las, acima de tudo respeitá-las. Se é tão horrível entrar num elevador onde algum fumante esteve, é pior dividir espaço com alguém que bate, violenta, estupra, mata mulheres.
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