Noticia Fake Duque da Silva


As notícias agora têm sobrenome,
Os meninos nas ruas não...
A menina foi à Paris encontrar o seu algoz,
Foi dividir as páginas com o promotor
O amigo do juiz,
Que conversam sobre futebol...
As notícias dessa manhã são de greve.
E há reis atrás das grades!

A flecha do cupido acertou meu coração,
Ando falando coisas tão bonitas...
Os poetas escrevem para si,
E colocam letras nas mais belas canções.
Aliás, canções duras, silenciosas.
Não falam nada do que queremos ouvir
Mulheres que traem, homens que matam,
Noticias com sobrenome de gringo.

Terra de ninguém. Terra abençoada.
Temos medo do futuro, à nação o futuro.
Sim! Um futuro de extremos, medos extremos.
Medo de ser morto pela própria mãe;
Medo de ser estuprada e morta;
Medo de ser caluniado, injustiçado;
Medo de morrer na fila do médico;
Estou com medo do jornal de hoje.

Quando me tornei medroso?
Olho policiais medrosos;
O futuro reserva cidadãos medrosos...
Nasceremos assim, medrosos,
Viveremos de igual modo, medrosos.
Votem, medrosos!

Comprem carros, bebam vinhos,
Façam sexo, deem presentes,
tornem-se bacharéis do medo,
E quando morrermos de medo,
sobre nossos túmulos nascerão flores,
Pequenos Dentes-De-Leão medrosos.

Comentários

  1. Parabéns, querido. E que possamos viver com menos medo e mais alegria.

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    1. Obrigado, professora Domingas. Que seu pedido seja atendido.

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  2. Poema forte e real. Temos medo de viver!

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    1. E esse medo está em todo lugar, medo das notícias com nome e sobrenome, medo do futuro da nossa nação, medo de amar, medo sem motivo, fazemos as coisas e nos formamos bacharéis do medo. Só não temos medo de ter medo...

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